Não há estatística oficial, mas a professora Laysa Machado, 41,
gosta de dizer que é uma das únicas --senão a única-- diretora transexual
eleita democraticamente no ensino público no país.
Há três anos, ela
é diretora-adjunta de um colégio estadual de São José dos Pinhais (região
metropolitana de Curitiba), e foi reeleita em 2011, mesmo diante da
"resistência de uma minoria", segundo ela.
"Você tem
que matar um leão por segundo. Se o hetero precisa ser o melhor, a diversidade
tem que ser bilhões de vezes melhor", diz Laysa.
Formada em história e letras, a professora concursada da rede
estadual relutou antes de assumir a identidade. "Eu sublimava toda a minha
angústia com os estudos."
Na cidade natal,
no interior do Paraná, enfrentou rejeição da família e foi demitida do colégio
católico em que lecionava sob acusação de "subversão" após sair em
público com seu primeiro vestido, aos 27 anos.
Mudou-se para
Curitiba, iniciou o tratamento hormonal e, quatro anos depois, fez a cirurgia
de readequação genital. Hoje, é mulher inclusive em seus documentos.
No Colégio
Estadual Chico Mendes, onde está desde 2004, diz que enfrentou preconceito até
dos colegas de trabalho, o que, segundo ela, venceu aos poucos, às custas de
trabalho. "Ela sofreu,
mas sempre mostrou que, em primeiro lugar, era uma educadora", conta a
colega Gisele Dalagnol. (Fonte: UOL).
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