Nenhuma!
Não existe qualquer lógica em um Deus que escolhe as coisas loucas
deste mundo para ensinar e envergonhar as sábias! Quem tenta encontrar
respostas científicas sobre Deus, mensurá-lo, codificá-lo e medi-lo
empiricamente só encontrará no final deste caminho surpresa e
frustração.
O Deus a respeito de quem Paulo, o
apóstolo, declarou “Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis
os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu
conselheiro?” não pode ser enclausurado e amarrado por respostas
meramente humanas ou ritualísticas.
Não sei por quais motivos Deus permite
que pessoas boas vão-se embora de maneira trágica e triste, enquanto uma
infinidade de pessoas que gastam suas vidas se dedicando à maldade
continuam aparentemente impunes. A lógica humana inverteria essa
proposta, mas parece que Deus não liga para a lógica humana ou tenha uma
resposta muito mais complexa e emaranhada para dar que a gente não
consegue entender.
Talvez seja como tentar explicar para uma criança de dois anos os conceitos mais profundos da física quântica.
O fato é: não existe teoria que explique satisfatória e definitivamente porque Deus age assim.
Essa mania que Deus tem de amar
insistentemente o homem e perdoá-lo, ainda que seja o mais terrível dos
homens, derruba toda a lógica atribuída a Deus. A Graça e o Perdão
oferecidos por Deus ao homem mau desconstrói todo o arquétipo que se
tem, desde a antiguidade, da divindade que exige sacrifícios humanos
para aplacar sua ira.
Definitivamente, as religiões tentam,
mas não conseguem explicar Deus. Vejo as mais variadas figuras
sacerdotais e institucionais tentarem segurar Deus dentro da sua pequena
dimensão de mundo e filosofia da religião, mas Deus não se deixa ser
segurado. Ele escapa sempre do controle da religião.
No entanto, a despeito de todas estas
coisas, Deus é simples! Mais simples do que tentar dar respostas sobre
ele ou o seu significado racional. O segredo do encontro sem explicação
com Deus é a rendição, o coração humilde que não exige respostas, mas
ama apesar de não entender. Quer apenas viver e descansar Nele… E se
satisfaz no encontro.
É como quem namora. Quem ama não se pergunta pelos “porquês”, mas admira o encontro, o olhar, o carinho, o aconchego.
O Deus revelado em Jesus, não o Jesus
imposto pela religião, mas o Jesus amigo, companheiro, Deus conosco,
Príncipe da Paz, Pai da Eternidade, Conselheiro, não pode ser definido
por teorias da religião, mas somente vivido e experimentado no abraço e
nas mãos dadas com o irmão que caminha ao nosso lado.
Conhecemos Deus na mesma medida e
intensidade que nos conhecemos mutuamente e nos deixamos ser conhecidos.
Provavelmente, por isso Jesus tenha dito: “onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estarei”. Embora Deus ouça nossas orações
feitas solitárias em nossos quartos, é no convívio em comunidade que
praticamos sua presença.
O perdão que recebemos de Deus é
praticado e “devolvido” ao nosso irmão diariamente, setenta vezes sete,
se for preciso. Porque Deus nos perdoará da mesma forma que perdoamos
aqueles que nos ferem.
O Deus que a ciência tenta encontrar
solitário nos tubos de ensaio está explicitamente revelado na oração de
bondade gratuita que se faz por um amigo enfermo ou pelo consolo
entregue a quem chora ou sente fome.
A revelação de Deus não depende do
templo ou do ritual, não depende da oferta que se faz, não depende de
sacrifícios nem de lugares e horas marcadas.
O Deus que se revela no chão da simplicidade o abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
***
Texto de Pablo Massolar. Fonte: Confeitaria Cristã.
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