Brasília – A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para
8% ao ano beneficiou quem guarda dinheiro na poupança. Por causa da
fórmula em vigor desde o ano passado, que atrelou a remuneração da
caderneta aos juros básicos, o rendimento da aplicação subiu de 5,25%
para 5,6% ao ano.
De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a mudança na taxa
Selic deixa a poupança mais rentável que a maioria dos fundos de
investimento. Apenas nos casos em que os fundos cobram taxas de
administração baixas e o dinheiro fica aplicado por mais tempo, a
caderneta torna-se menos vantajosa.
Segundo a Anefac, a poupança rende menos que os fundos somente quando
a taxa de administração corresponde a 0,5% ao ano se o dinheiro ficar
aplicado pelo menos dois anos. Em quase todas as outras simulações, a
poupança tem rendimento maior. A exceção é para as aplicações de um a
dois anos em um fundo com taxa de administração de 0,5% ao ano. Nesse
caso, o fundo rende o mesmo que a poupança.
Pela regra em vigor, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a
poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR),
tipo de taxa variável. Quando os juros básicos da economia estão iguais
ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a
TR. No entanto, a taxa referencial é igual a zero quando a Selic está
igual ou menor que 8% ao ano, o que torna o rendimento totalmente
atrelado aos juros básicos.
A fórmula só vale para o dinheiro depositado na poupança a partir de 4
de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a
regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. Os demais direitos de quem
aplica na caderneta foram mantidos, como a isenção de taxa de
administração e de impostos.
Apesar da remuneração maior, a poupança continua rendendo menos que a inflação esperada para 2013. De acordo com o boletim Focus,
pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco
Central, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deverá fechar o ano em 5,81%. No Relatório de Inflação, divulgado no fim de março, o próprio Banco Central projeta que o IPCA encerrará 2013 em 5,7%.
Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
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